19 de abril de 2012

Comentários ao Evento [Parte III - Final]

Jogo de Cartas Marcadas

A palestra do Fabiano foi a que, a meu ver, mais me deu o que pensar. Talvez por que eu compartilhe mais da investigação biológica, que, é bom lembrar, exige um esclarecimento, já solicitado por uma das perguntas que vieram por e-mail no dia do evento.

Meu ceticismo se aplica principalmente ao plano epistemológico, mas qualquer discussão num âmbito mais específico já pressupõe um afastamento de tal ceticismo, uma suspensão do mesmo, e a incorporação plena dos conhecimentos aplicados.

Não é só a biologia, e a ciência em geral, que utilizo. Também faço o mesmo com diversos sistemas filosóficos e religiosos. Por isso utilizo tanto o Budismo nesta discussão, por se tratar de um sistema de pensamento que tem idéias muito interessantes. Com freqüência, utilizo também a teologia cristã. Mas nada disso me torna menos cético, por que todos são instrumentos intelectuais que costumam funcionar bem em seus respectivos objetos.

Por isso devo corrigir algo que certa vez eu disse ao Fabiano. Nós não partimos exatamente do mesmo ponto, a biologia, e sim a usamos de modo similar. Continuo partindo do ceticismo egocêntrico, embora, no caso, escolhendo o campo científico como o favorito para tal discussão. Por outro lado, penso que ele parte da Ética Negativa e utiliza o campo científico, embora tenha afirmado que partiu da biologia e chegou à mesma conclusão.

Parece que os negativos em questão, Cabrera, Diógenes e Fabiano, todos tem Kant em alta conta, e partindo de uma noção de ética de deveres radicalizada, compartilham a conclusão da impossibilidade ética. Que caminho será utilizado: metafísico, biológico ou psicológico, penso ser menos relevante.

Mas numa abordagem biológica, percebi agora uma estranheza profunda. É que seguramente nada poderia lhe ser menos íntima que a deontologia Kantiana. O consequencialismo seria algo mais próximo, mesmo o utilitarismo, e até mesmo o aristotelismo possui pontos de contato relevantes. Mas como o poderia uma doutrina que parte exatamente de uma concepção incrivelmente artificial de ser humano?

Ora, Aristóteles estava certo em nos chamar de animais racionais, mas isso jamais excluiu o emocional. Somos antes passionais que racionais. Nossas emoções já estão plenamente desenvolvidas antes de nossa razão começar a se organizar. Não é por outro motivo que os teóricos da ética de sentimentos vêem nela um fundamento muito mais seguro do que a débil racionalidade, que pode ser perdida com incrível facilidade, em especial nos momentos de furor emocional, onde somente outra emoção contrária, de força equivalente, pode nos equilibrar.

Isso é claríssimo na biologia. Enquanto os processos cerebrais mais sofisticados mal são identificados no cérebro, os emocionais são facilmente observáveis, inclusive com nomes bem conhecidos para identificar os hormônios que nos inundam nos momentos passionais.

O próprio Dawkins deixa muito claro a função do egoísmo e como dele emerge o altruísmo, algo muito próximo ao que os sentimentalistas apontam como processo fundamental da base psicológica da ética. A Simpatia para Hume e Smith, e Adriano Naves de Brito, a Empatia para mim, são fenômenos que podem ser facilmente redutíveis a eventos físicos observáveis, inclusive a nível hormonal, e áreas específicas do cérebro. E inclusive com fenômenos análogos no reino animal.

Enquanto isso, o senso de dever kantiano é algo impossível de ser observado nos animais, até difícil de ser sequer concebido, e mesmo havendo alguns estudos que poderiam sugeri-lo no cérebro humano, são estes muito mais vacilantes, se forem de fato plausíveis.

Mesmo com tudo isso, Fabiano conduziu sua análise com intuições kantianas, passando por existencialismo, e flertando com as outras duas tradições principais da ética, mas nem passou perto da única que de fato tem um contado direto com a biologia, que é a de base emocional!

Pensando bem, sua conclusão não só é absolutamente coerente, como não penso que poderia ser de outra forma, porque do casamento da biologia com o existencialismo tendo o deontologismo como padrinho, seria impossível derivar qualquer outra coisa que a inabilitação ética, visto a sofisticada concepção kantiana inexistir em qualquer observação biológica, bem como qualquer concepção existencialista.

Seria como ter um 2, um 3, um 4 e um 7, todos de naipes diferentes, e esperar que com a quinta carta se tenha uma mão matadora!

E tem sido inacreditavelmente maçante na academia essa insistência previsível nestas 3 tradições éticas. Sempre as mesmas figurinhas carimbadas! Que já deixaram claro seu esgotamento há séculos, enquanto a tradição sentimental, praticamente inexplorada, continua sendo por completo ignorada mesmo sendo a única que pode se comunicar diretamente como as ciências. E se a minha abordagem não for suficiente para demonstrá-lo, ao menos a do Adriano Naves poderia ser considerada.


Apelação

Sempre na típica insistência de que enfocar o pior é manifestação de uma inteligência superior, lembro-me da afirmação do Diógenes de que podemos ter certeza da imoralidade íntima do agente por meio de seu ato, mas jamais da moralidade. Faltou acrescentar, mas penso ser espontâneo, que isso está diretamente associado ao pressuposto da ação desinteressada.

Mas penso que na realidade, devido a inviolabilidade da intencionalidade, não podemos ter certeza nem mesmo da imoralidade. Nos meus termos, não temos acesso à ética interna do agente. Não nos é possível ter certeza sobre o conteúdo mental íntimo de alguém. Podemos apenas inferir segundo critérios de razoabilidade.

Claro que ao dizer isso, Diógenes apelou. Foi direto pro exemplo do criminoso que sequestra, tortura, estupra, mata e enterra! E é claro que eu começaria com situações muito menos drásticas. Curiosamente, mesmo nesse exemplo extremo ele vislumbrou uma possibilidade de relativização.

Quanto aos inúmeros casos mais comuns, não é difícil conceber situações onde o ato aparentemente mal intencionado teria, no fundo, uma boa intenção, que não nos fosse acessível.

Para deixar claro, não estou preocupado em relativizar situações concretas e por em dúvida se tal ou qual indivíduo agiu eticamente ou não. Afora as evidências que podemos acessar, cabe julgá-los e puni-los de acordo com nossos instrumentos usuais.

O que rejeito é a pretensão epistemológica de que isso nos permite estar certos dos conteúdos mentais alheios mais ocultos, quando esses frequentemente são inacessados até mesmo pelo próprio indivíduo.


Mais uma Vez, O Valor e a Terminalidade do SER

Poderia ser mais útil do que se pensa.

Gostaria de poder chegar numa concessionária de veículos e explicar o conceito de terminalidade dos automóveis. Ora, saem de fábrica já marcados pela sua destruição estrutural. Por mais revisões, manutenções e reparos que façamos, nada os fará ultrapassar algumas décadas de existência.

Ademais, possuir e utilizá-los está marcado por graves atritos estruturais. Trânsito engarrafado, risco de acidentes, falta de vagas no estacionamento e todo o estresse da direção. E inúmeros e intermináveis custos com impostos, gasolina, troca de óleo etc.

Tudo isso lhes é intrínseco, e não adquirido. Não é um acidente que lhes acontece, mas algo que faz parte de sua própria essência desde antes de serem construídos. Assim, marcados pela terminalidade, eles não podem ter valor. Ou melhor. Tem valor negativo!

Assim, o vendedor deve aceitar que não apenas levarei o carro de graça, mas que na verdade eu é que deveria ser pago por levá-lo!

Brincadeiras à parte, poder-se-ia alegar uma diferença fundamental entre entes materiais que se dão no intramundo, e a existência em si. E que um carro só tem valor porque já estamos vivos, jogados no mundo, e precisamos dele para atenuar as agruras de nossa existência.

Mas não deixa de ser notável que o argumento que supõe-se invencível para a vida em si soe completamente esdrúxulo para tudo o mais que ocorra dentro da vida. Ao passo que seu adversário, o de que a Vida tenha valor neutro, e se torna positiva porque nós arbitrariamente lhe atribuímos valor, por outro lado funciona tanto para existência em si quanto para todos os entes internos a ela. E mais! O valor do Carro também é arbitrariamente atribuído, pelo sistema de valores que erigimos dentro da existência.

Que fique delineado com mais clareza a oposição entre a noção da desvalia estrutural e incorrigível da existência, e de sua neutralidade original positivada arbitrariamente pelos que existem, embora lhes seja de direito negativá-la também.


Genocídio Estrutural Global

Se um Ético Negativo, convicto da miséria existencial e inabilitação moral, de que é preferível Não-Ser a Ser, e que melhor seria a extinção da humanidade...

Se este Ético Negativo estiver de posse da uma poderosa arma de aniquilação maciça, podendo nadificar toda a humanidade instantaneamente sem qualquer sofrimento nesse processo de morte, podendo fazê-lo num simples apertar de botão, então...

Não estaria ele moralmente obrigado a fazê-lo? Isto é, pelos parâmetros da EN?

Como não?! Pelo respeito à autonomia alheia? Mas tal não seria absolutamente irrelevante perante o benefício infinito de poupar bilhões ou trilhões de humanos futuros da infame existência sofredora?

E como articular isso com a anti concepção como princípio moral?

Se é desejável não fornecer autonomia alguma ao Não-Ser, para que ele não seja obrigado a escolher perpetuamente tudo o que não deveria, e inutilmente tudo o que não pode, não seria no mínimo harmônico remover-lhe de vez tal inútil autonomia que só perpetua a miséria existencial?

Porque algo que não merece sequer ser gerado merece ser protegido?

Não se viola a autonomia do Não-Ser ao se conceber alguém, pois tal não existia. Foi Criada uma Autonomia!

Porque deveríamos respeitar a existência de algo que não deveria ser trazido à existência?

De fato, a EN condenar o assassinato pelo impacto que este causa nos demais, e de fato está obrigada a não causar mais sofrimento a outrem, de modo que essa questão proposta exige a aniquilação completa de todos os humanos, inclusive o próprio executor.

Nesse sentido, como condená-lo?

E até menos. Como condenar o assassinato, ao menos o indolor e instantâneo, de um solitário eremita desconhecido do qual ninguém sentirá falta? Não seria não somente justificável pela EN, mas até mesmo obrigatório? Isso não acrescentaria um bem ao mundo, por remover mais um dos “competidores” que estão a todo tempo roubando o ar, a água e demais recursos naturais dos demais viventes?

Mas porque limitar isso somente à humanidade?

Ainda que os animais não possuam a temível Sensciência que lhes permite experimentar a agruras da vida de modo tão intenso quanto os humanos, eles ainda experimentam toda a sorte de sofrimento e são também terminais. Alegar que a ignorância os protege da inabilitação, quer seja moral ou para não ser miserável, haveria que confrontar porque o mesmo não o faria com os humanos que acreditassem fielmente na vida eterna, até com ótimas justificativas, ou sequer pensassem sobre o assunto.

Claro que o acesso privilegiado à Verdade Transcendente da Existência dos Éticos Negativos proíbe essa consideração.

Mas ocorre que, pela mesma fonte de tal alegado acesso à uma inquestionável descrição não só da existência, mas da pré e da pós não-existência, a espécie humana surgiu por evolução neste mesmíssimo planeta, e assim, nada impede que venha a surgir de novo.

Se é que já não poderia estar em processo de surgimento em animais mais desenvolvidos como nossos primos chimpanzés e bonobos. Estariam eles, com seus 99% de similaridade genética conosco, protegidos também pela ignorância, ou serão também vítimas ao menos de um princípio mental que lhes permitiria vislumbrar sua lastimável condição existencial e os inabilitem moralmente?

O fato, é que o fim da espécie humana em nada impediria o surgimento de outra espécie sensciente, que é no mínimo potencial, se não télos do universo.

Com isso, não seria mais prudente, ao invés de se limitar a aniquilar a humanidade, aniquilar por completo toda forma de vida?

E me dou o direito de não ter a menor paciência com qualquer um que, munido da simpatia pelo genocídio global, venha me falar em algum tipo de impedimento para se violar a autonomia dos animais!

Mas o planeta possui todas as condições necessárias para dar novo surgimento à vida, e assim, para garantir de uma desgraça tão profunda quanto viver não ocorra novamente, seria mais prudente demoli-lo por completo. E o mesmo com os demais planetas que possam conter vida ou potencial para tal.

Em suma. O melhor seria aniquilar o Universo inteiro.

Por que há algo invés de nada?

Não se sabe, mas mesmo os Negativos acreditando que o nada é preferível ao algo, não muda o fato de que a vida humana está aqui, e é algo que a qual teremos que lidar necessariamente, a não ser que algum herói negativo nos presenteie com um generoso artefato aniquilador global.


De Volta ao CAOS

Mas talvez não exista o Nada, mas sim o Caos. Ser puro, indefinido. A aniquilação, a nadificação, seria caosificação.

A diferença é o enfoque.

Como algo sai do Nada? Quem o retira de lá? A Ética Negativa parece nos ver como deuses capazes de entificar o inexistente. Como criadores que produzem ex-nihilo. Mas talvez sejamos apenas demiurgos capazes de atualizar os devires potenciais na matriz infindável do Caos primordial.

Cada um de nós é uma possibilidade genética ínfima manifestada em detrimento de inúmeras outras que poderiam ter se manifestado, com histórias pessoais de improbabilidade extrema dentre uma infinita matriz de possibilidades.

Se há um Nada primordial, o Ser não é apenas um acidente fadado ao desaparecimento, é também inexplicável. Mas se há um Caos primordial, o Ser é necessário e inevitável. Não importa que o Universo sofra a morte entrópica terminal ou desapareça nos horizontes de evento dos buracos negros que levam toda a matéria à eternidade. Será da natureza do Caos se atualizar sempre, num eterno Devir.

Então sempre existirá vida, surgindo morrendo e voltando, retornando eternamente, quer gostemos ou não.

Nesse caso, sentido algum faria nos rebelarmos contra a existência, pois ela nos tirará do Caos inevitavelmente, nos condenando a uma existência perpétua, que para o Budismo é o Samsara, mas para quem escolher outra postura, apenas aquilo que chamamos de vida, cuja autonomia nos permite que vivenciarmos como bem entendermos.


Marcus Valerio XR

2 comentários:

  1. Erivaldo Fernandes Neto7 de julho de 2012 às 16:39

    Prezados,

    O texto aborda o argumento da Ética Negativa a respeito do desgaste que é a vida humana, de uma maneira muito clara. Porém o texto como um todo não parece estar em consonância com as questões radicais da Ética Negativa, principalmente nas partes em que intituladas Genocídio Estrutural Global e De Volta ao CAOS, que fazem com que o texto tenha a meu ver um caráter positivo, o que me levou a pensar algumas questões críiticas . Dessa forma me dedicarei a fazer uma breve crítica a respeito de alguns pontos.
    No texto é afirmado que: "é preferível Não-Ser a Ser" e por isso o preferível então seria a extinção da humanidade. Minha argumentação contra essa afirmativa, parte do seguinte ponto: Uma das críticas da Ética Negativa, às éticas afirmativas da tradição filosófica, é que a tradição filosófica tentou pensar o não-ser de forma separada da existência humana, com isso às teorias se tornaram afirmativas do ser. Logo se eu como pensador, coloco o não-ser como preferível, negando o ser totalmente, como no caso da extinção da humanidade, cometerei o mesmo erro dos teóricos da tradição, afirmarei o não-ser como uma possível e verdade universal, tal ação então seria tão afirmativa e positiva quanto as ações propostas pela tradição filosófica para resolver os problemas da humanidade. A ética negativa, ao meu ver não pode ser entendida, somente como uma inversão de polos, ela tem um sentido muito maior que isso, como por exemplo conscientizar a humanidade a respeito do seu "estado terminal", agora o que fazer a partir dessa conscientização, cada humano deve descobrir por si mesmo e neste caso o suicídio por exemplo é uma possibilidade.

    A respeito de uma arma de aniquilação para um sujeito negativo, acredito que se ele é negativo mesmo, pouco se importa como seu próprio sofrimento ou com o sofrimento do mundo, para ele tal arma seria indiferente e sem importância, pois caso resolve-se utilizá-la tendo por justificativa livrar as pessoas de seus sofrimentos, ele não seria mais negativo, uma vez que estaria atribuindo valor ao sofrimento e uma importância a vida. Quando você sente vontade de destruir o universo, já não tem mais uma entendimento negativo, não é um entendimento negativo que te move a querer destruir o universo, mas pelo contrário, é o sentimento positivo de tentar melhorar as coisas, acabar com o sofrimento de todos e não gerar mais sofrimento. O sujeito negativo, não se importa com o sofrimento, pois sabe que ele não tem nenhum valor, nem a vida tem valor, então qual sentido de tentar melhorar as coisas ou acabar com o sofrimento?
    A Ética Negativa a meu ver propõem o rompimento com o paradigma europeu, de tentar superar o sofrimento. Aristóteles entendia o sofrimento como sendo um tipo de doença, algo a ser superado, a ser curado,no entanto a Ética Negativa, afirma a impossibilidade de superação do sofrimento, então o que resta fazer? Esta a meu ver é uma questão que cada um em particular deverá responder, caso contrário, se algum pensador tentar responde-la de forma universal vai incorrer no erro de afirmar uma ética, negando a perspectiva do não-ser.

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  2. Erivaldo Fernandes Neto7 de julho de 2012 às 16:40

    Continuando o comentário anterior.

    A respeito do homicídio, matar outra pessoa, não é um ato condenável só por que irá gerar mais sofrimento a humanidade, mais sim por que a vida não tem valor e não há então justificativa para querer tirar a vida de outra pessoa, uma vez que de nada adiantará. Os fatores que levam ao homicídio são fatores de afirmação do ser, alguém mata, sempre movido por algum interesse ou emoção, que são igualmente sem valor, já que a vida por si mesma já tem consigo um des-valor.
    Pascal escreveu sobre uma espécie de vazio estrutural, no entanto o estado de vazio, este sentimento de vazio, só se torna sofrimento a partir da vontade de viver. Schopenhauer dedicou um metafísica sobre este assunto, a partir do momento que se tem vontade de viver, ai o sujeito começa a se importar com o sofrimento e sua queda tem início, quando passa a tentar melhorar sua própria condição e ser feliz.
    No entanto penso que o ético negativo, tem plena noção da impossibilidade de superação de seus sofrimentos, então simplesmente, não se importa com eles.
    Muito me fez pensar a relação proposta entre a biologia e a Ética Negativa, e acredito que seja algo difícil de fazer. A Teoria da Evolução, por exemplo, coloca a humanidade o mundo em uma linha de desenvolvimento positivo, pressupõe uma linha de desenvolvimento evolutivo das espécies, em que todas estão sendo lançadas para frente de sua atuação condição. Após a Teoria da Evolução a psicologia, por exemplo, começa a entender a humanidade como animais racionais, cujos padrões de comportamento se repetem, desenvolvendo assim, métodos de tratamento universais para cada tipo de comportamento que fugisse aos padrões traçados, como a resiliência, por exemplo. Existem traços desta teoria também na sociologia. No entanto como já coloquei anteriormente, tentar pensar a humanidade dentro de padrões éticos, modelo de comportamento é seguir um padrão europeu das éticas afirmativas. Acredito então que apontar a biologia como condição ou como pressuposto do comportamento humano é algo a ser discutido, devendo passar pelo crivo dos argumentos da Ética Negativa.

    Abraços,

    Erivaldo Fernandes Neto

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