27 de setembro de 2013


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I Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação
Relato: Orlene

     Durante três dias em São Paulo, de 4 a 6 de setembro de 2013, estudantes, professores e pesquisadores se reuniram para discutir perspectivas de emancipação no pensamento filosófico latino-americano. Estiveram presentes cinco membros do Fibral: Eder Wen, Gabriel Silveira, Julio Cabrera, Rodrigo Silva e eu.
     Além do Minicurso “Breve Histórico da Filosofia da Libertação”, ministrado por Euclides Mance, membro-fundador do Instituto de Filosofia da Libertação (IFIL), houve diferentes Mesas de debate (Ensino de filosofia e Filosofia da libertação, Interfaces filosóficas, Pensamento neocolonial, Filosofia da práxis), três Conferências (Enrique Dussel; Manfredo Araújo de Oliveira; Lutz Keferstein), Encontro entre pesquisadores e grupos de filosofia e Sessões de comunicações.
     Um ponto alto do Congresso foi o Minicurso ministrado por Euclides Mance, com um panorama histórico-social das ideias de emancipação desde diversos enfoques: educação libertadora, sociologia da libertação, filosofia da libertação, teologia da libertação, teatro do oprimido, antropologia da libertação, psicologia da libertação, direito alternativo.
     Das Mesas de debate, destaco as discussões de Interfaces filosóficas, com as falas de Eduardo de Oliveira, Julio Cabrera e Enrique Dussel. Eduardo de Oliveira trouxe a capoeira para encenar o pensamento em movimento, a práxis de libertação, a ginga como conceito, já que ela se constitui uma atividade cultural de resistência das comunidades negras.  Resgatando a corporalidade do pensamento, Eduardo se valeu do golpe de capoeira “benção” para mostrar como é possível transvalorar os conteúdos colonizados do pensamento eurocêntrico. Enquanto o “sinal da cruz” foi um símbolo da cristianização em massa dos povos africanos, rebatizando e proibindo estes povos de se manifestarem livremente, o golpe “benção” da capoeira é dado com o pé na mesma região do peito (plexo solar), não matando o opressor e sim alertando ele. Daí que o jogo de capoeira recupera e ritualiza a ancestralidade negra, jogando entre o lúdico e a violência, na arte de se cuidar, de se virar, de se equilibrar no desequilíbrio.
     Enrique Dussel falou da libertação enquanto exterioridade da totalidade, ou seja, exterioridade do pensamento eurocêntrico, numa tarefa de trans-ontologia, de descolonização epistemológica, que passa, por sinal, segundo ele, por uma ética material, na qual o fundamento da ética não pode ser um princípio abstrato e formal (Apel; Habermas), e sim a vida (cultura) e modos de vida (interculturalidade).
     Julio Cabrera buscou em sua comunicação tanto delinear a libertação enquanto compromisso historiográfico (pensar desde outra temporalidade), performática (abrir discussões institucionais), textual (escrever em temas e estilos alternativos), como  conversar com Dussel, perguntando se não se trata de duas éticas: uma do “Não matarás” e outra do “Matar em nome do princípio da vida”. Dussel responde ser a materialidade do ato o que se discute, em diferentes níveis de concreção da vida, resultando num princípio formal crítico (vida) e num princípio material crítico (liberdade).  
     Já a Conferência de Dussel continuou versando sobre exterioridade, agora em torno de uma trans-modernidade. Por exemplo, Bartolomé de las Casas elaborou uma espécie de anti-discurso da modernidade em 1514, um século antes de Descartes! Além disso, Dussel esboçou a curta temporalidade da filosofia moderna em face de outras filosofias ignoradas pelo eurocentrismo: chinesa, japonesa, hindu, islâmica, etc.
     As sessões de comunicação aconteceram simultaneamente. De sala em sala, foi possível captar diferentes freqüências do evento e ouvir experiências de ensino-aprendizagem e exposição de textos filosóficos, religiosos e poéticos.
    Quanto ao encontro entre pesquisadores e grupos de filosofia, houve um consenso em torno de criar uma rede, via cadastro na lista do IFIL, para troca de informações; atividades conjuntas; grupos de estudo; elaboração de cursos de extensão; possíveis orientadores. Link para inscrição na lista de e-mail do Instituto de Filosofia da Libertação: http://espanol.groups.yahoo.com/group/ifil/.
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Notas esparsas da situação indígena em Roraima
Por Orlene 

Em viagem a Roraima e a Venezuela (Parque Nacional Canaima) em agosto passado, me dei conta da "colonização espiritual" (último estágio da colonização) de algumas etnias indígenas daquelas terras, principalmente as etnias Macuxi e Wapixana, maiores grupos indígenas de Roraima, e católicos!! Pois, como dizem os locais "a maior parte dos índios já é civilizado, sobrevivendo na cidade".

No dia 9 de agosto de 2013, foi possível encontrar um protesto de diferentes tribos (Macuxi, Wapixana, Wai-Wai, Ingariko,Yanomami, Ye'kuna, Patamona, Taurepang), multiplicando as manifestações de outros estados brasileiros, em ocasião do Dia Internacional dos Povos Indígenas. Na sua segunda marcha estadual, os povos indígenas criticaram as Propostas de Emenda Constitucionais 033, 215, 227,419; as portarias 303 e 308 da Advocacia Geral da União, normativas que restringem os direitos indígenas, além de protestarem em torno da crise na saúde indígena (devido, por exemplo, tanto ao crescimento demográfico dos municípios, invadindo territórios indígenas, como a exploração de minérios nos mesmos territórios). 

Mesmo na região fronteiriça entre Roraima e Venezuela, a "colonização espiritual" se revelou agora entre os Taurepang. Em pleno Parque Nacional Canaima e conversando com um deles sobre práticas rituais deles, uma surpresa: eles são Adventistas do Sétimo Dia.

Há ainda a etnia Yanomami que resiste bravamente a contatos com napë (inimigo, estrangeiro, branco). Justamente a etnia que mais sofre com as incursões dos garimpeiros da década de 1980 para cá: a famosa corrida do ouro, na qual houve não só um surto demográfico e econômico de Roraima, como surtos repetidos de violência, problemas sanitários e sociais. As pistas clandestinas de garimpo foram abertas em área Yanomami e os garimpeiros chegaram a somar cinco vezes em relação a população originária!!

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NOVA DISCIPLINA “FILOSOFIA NA AMÉRICA LATINA”



No passado semestre de 2013, foi ministrada pela primeira vez no Departamento de Filosofia da UnB a recentemente criada disciplina FILOSOFIA NA AMÉRICA LATINA, contando com aproximadamente 25 alunos matriculados, o que representa um sucesso dado o caráter opcional da disciplina. O programa seguido pode ser visto no link: https://drive.google.com/?tab=mo&authuser=0#my-drive


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CATEDRA PAIM.


Nos dias 23, 24 e 25 de outubro, será realizada a primeira série de conferências da Cátedra Paim, criada durante a 39ª Semana de Filosofia da UnB em 2011. O conferencista convidado deste ano será o professor VAMIREH CHACON, que apresentará 3 falas em torno da seguinte temática: “De Tobias Barreto à Gilberto Freyre: o pensamento brasileiro e a questão da brasilidade”. As conferências acontecerão no auditório do Instituto de Ciências Humanas (IH), no ICC Norte, minhocão, subsolo.
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SEGUNDA EDIÇÃO DO “    DIÁRIO DE UM FILÓSOFO NO BRASIL”


A editora Unijuí (RS) lançou no começo deste ano a segunda edição do livro de Julio Cabrera, “Diário de um filósofo no Brasil”, cuja primeira edição era de 2010. A nova edição contém um prefácio especial, e um texto novo, chamado “Melancholia: a filosofia no Brasil entre a extinção e a nova Alexandria (Uma reflexão sobre três tipos de textos filosóficos)”, além do texto ter sido integralmente corrigido. O livro pode ser pedido através da Livraria Cultura.
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PRIMEIRO CONGRESSO BRASILEIRO DE FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO.



Aconteceu nos dias 4, 5 e 6 de setembro, na FAPCOM da Vila Mariana (São Paulo), o Primeiro Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação, com a presença de Enrique Dussel. Compareceram vários membros do Fibral: Gabriel Silveira (que apresentou um trabalho na seção de Comunicações), Orlene Barros, Éder Wen, Rodrigo Costa e Júlio Cabrera (que participou de uma mesa redonda com Dussel e Eduardo Oliveira, da Bahia). Em reuniões com filósofos ocupados com filosofia latino-americana, como Euclides Mance (Curitiba), Daniel Pansarelli (São Bernardo dos Campos) e Hugo Matos (Universidade Metodista), ficaram estabelecidos parâmetros concretos para a consolidação da Rede ligando os diversos grupos que estão trabalhando na área de filosofia da libertação e áreas correlatas.



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PALESTRA DO PROFESSOR SCOTT PAINE

Dentro das atividades locais do Fibral, no dia 7 de junho passado, na UnB (Brasília), o professor Scott Randall Paine, do Departamento de Filosofia dessa universidade, apresentou uma palestra titulada: "O que tem a ver Atenas com Varanasi? -- reflexões sobre Filosofia Comparada". Nas palavras do professor Paine: “Desde que Índia e China começaram a ser engajadas com o Ocidente não apenas econômica e politica mas também filosoficamente, a área de 'filosofia comparada' ganhou nova relevância, provocada também pela projeção desafiante das religiões orientais em escala global. De forma diferente mas com insistência parecida, tradições sapienciais não literárias--da África, da América pré-colombiana, da Oceania --entram, não sem protestos de alguns, em discussões filosóficas da atualidade, sob a rubrica de 'filosofia mundial'. Com a filosofia ocidental em tantas crises de identidade desde o século passado, uma viagem conceitual ao Oriente, e a alguns passados esquecidos, pode oferecer um tônico a um pensamento exausto com brigas domésticas”.  O professor Paine é especializado em filosofias orientais, mas ele também tem se interessado por América Latina, estudando culturas indígenas, especialmente andinas, mesoamericanas e norte-americanas. Falas sobre filosofia oriental, latino-americana, africana, etc, são ocasiões para pensar fora da forte corrente eurocêntrica hoje dominante nos estudos filosóficos no Brasil e no mundo.

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CONGRESSO NA UNIVERSIDAD SANTO TOMÁS DE BOGOTÁ


O professor Julio Cabrera, líder do Fibral, apresentou a comunicação “El extraño caso de la filosofia em Brasil: entre la Nueva Alejandria de Mário Vieira de Mello y la filosofia devoradora de Vilém Flusser” em el XV Congreso Internacional de Filosofía Latino-americana, em la Universidad Santo Tomás, em Bogotá (Colômbia). Esta universidade possui mestrado em Filosofia Latino-americana, aberta para alunos do exterior. (Um membro do Fibral, Aristinete Bernardes, fez seu mestrado na Colômbia, tendo depois seu diploma revalidado no Brasil).

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PRIMEIRO CONGRESSO DE FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO
  


 Acontece o Primeiro Congresso de Filosofia da Libertação, em São Paulo, nos dias 4 a 6 de setembro, com a presença confirmada do Enrique Dussel. O Júlio Cabrera faz parte do comité científico e estará numa mesa. Podem obter todas as informações no site: http://filosofiadalibertacao.aproffesp.pro.br/ O organizador principal é o professor Daniel Pansarelli. Precisamente na qualidade de membro do comité, o professor Júlio Cabrera pede a todos os que tiverem acessos a sites, blogs, facebooks, listas, etc, que divulguem este importantíssimo evento, onde estarão presentes todos os investigadores da área latino-americana do país.

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PALESTRA SOBRE ANTONIO VIEIRA

Em 28/8/2013 haverá uma atividade do Departamento de Filosofia da Unb, sobre Antonio Vieira, que é do interesse do Fibral, especialmente dos interessados em história da filosofia no Brasil. O professor Pedro Calafate é uma importante figura portuguesa dos estudos luso-brasileiros, autor de uma volumosa história do pensamento filosófico português; vale a pena ouvi-lo,

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RESENHAS DA SEMANA DE FILOSOFIA DA UNB DE 2011


Apareceu com algum atraso (involuntário) o número 7, de julho-dezembro de 2011 da Revista ESTUDOS FILOSÓFICOS publicada pelo Departamento de Filosofia e Métodos da Universidade Federal de São João Del Rei, contendo as Atas do IX Colóquio Antero de Quental, acontecido no mês de setembro de 2011, no qual participou Julio Cabrera com a palestra “A Ética negativa diante do culturalismo” (publicada nas páginas 349-417). Além do mais, na seção Notícias do final da revista, foram publicadas duas resenhas sobre a 39ª Semana de Filosofia da UnB, acontecida em maio de 2011, de autoria de Paulo Margutti (pp. 452-454) e Julio Cabrera (pp. 455-456). Essas resenhas podem ser lidas nos seguintes sites.

http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistaestudosfilosoficos/not1_rev_7.pdf
http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistaestudosfilosoficos/not2_rev7.pdf

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DOSSIÊ BERLIM

(NOVEMBRO/2012)


Julio Cabrera


Caros amigos:


O grupo Fibral, que foi fundado no final do ano 2010, passou todo o ano de 2011 organizando atividades em torno apenas da filosofia no Brasil, entre elas a 39ª Semana de Filosofia. Neste ano de 2012, o grupo esteve mais interessado em tentar internacionalizar as suas atividades em direção a Latino-América e Europa.


No que se refere aos contatos latino-americanos, foi elaborado por mim e enviado por um grupo de bolsistas (Rafael Alves, Thiago Souza, Luciano Lira) a diversas instituições latino-americanas, um questionário em espanhol, perguntando aos profissionais do Uruguai, do Paraguai, do México, da Argentina, do Peru, da Venezuela, etc, acerca de tópicos como eurocentrismo, conhecimento de pensadores brasileiros em seus países, existência de filosofia autoral, filosofia na universidade, instituições latino-americanistas existentes e a questão das línguas espanhola e portuguesa no mundo, visando tecer comparações entre a situação dos estudos filosóficos nesses países e no Brasil. Infelizmente, recebemos até agora poucas respostas, mas estas foram muito iluminadoras e interessantes. Ficou claro um desconhecimento quase que total da filosofia brasileira nos países hispano-americanos. Se estes resultados interessarem a algum membro do grupo, posso enviar o texto do questionário e algumas das respostas obtidas.


A minha viagem a Berlim neste mês de novembro foi a primeira das tentativas de levar as atividades do Fibral para Europa. Fazia tempo que eu queria conhecer as instituições alemãs que se ocupam com questões latino-americanas, especialmente em Berlim e Munique. Meus contatos com essas instituições em Berlim – fundamentalmente o Instituto Latino-americano, o Instituto Ibero-americano e o instituto Cervantes – foram mediados pela Embaixada do Brasil em Berlim, na pessoa do embaixador Everton Vieira Vargas, interessado, dentro das suas funções, em estabelecer contatos culturais entre Brasil e Alemanha. A mediação do embaixador foi fundamental.


Um primeiro inconveniente foi a questão da língua para comunicação: eu não falo alemão – apenas posso ler textos filosóficos com cautela – e não queria falar inglês (língua na qual me expresso muito mal); eu queria o que me parece justo nestes casos: o uso de um tradutor. Creio que os latino-americanos não têm por que falar outras línguas na Europa sendo que os europeus continuam falando as suas quando vêm no Brasil. Os tradutores profissionais são, a meu ver, a solução do futuro para os filósofos não termos que perder nosso tempo estudando línguas (a menos de estarmos interessados em fazê-lo em virtude de alguma pesquisa particular). Eu queria realmente falar português e espanhol, e felizmente todos os envolvidos nas atividades programadas para esses dias falavam estas duas línguas. De maneira que consegui falar português e espanhol o tempo todo da minha estada em Berlim, com a única exceção de uma fala particular com um professor da Humboldt, que foi em inglês, com auxílio de Antonio Vargas, um ex aluno da UnB e atual doutorando, que atuou como tradutor.


O embaixador organizou um almoço no dia 13 de novembro na Embaixada, com a presença de vários professores pertencentes às diversas instituições envolvidas com pensamento latino-americano. Eu tive a oportunidade de apresentar ali o grupo Fibral, a natureza de suas atividades e a sua intenção de estabelecer contatos com Alemanha na forma de eventos, publicações conjuntas, etc, visando o conhecimento do pensamento brasileiro e latino-americano no contexto alemão, ainda muito voltado para a literatura e a política. Nesse mesmo dia à noite oferecei uma palestra no Instituto Cervantes sobre “Desaparecimento de filosofias”, com pouco público, mas com uma discussão bastante boa no final. Dois dias depois, no dia 15, apresentei uma fala no Instituto Latino-americano sobre “A filosofia na América Latina e a questão das línguas”, com sala cheia – estudantes e professores - mas com pouca discussão. O interesse nas questões levantadas foi muito grande em ambos eventos. Em todos os casos, ficaram estabelecidos ótimos contatos para atividades futuras conjuntas, que penso começar a explorar ainda antes do final do ano.


Especificamente o LAI (Lateinameika-Institut - Instituto de Estudos Latino-americanos), da Universidade Livre de Berlim, fundado em 1970, é uma das principais instituições europeias dedicadas ao assunto, mas as suas áreas de atuação são antropologia das Américas, História, Literaturas e culturas latino-americanas, ciência política, sociologia e economia; filosofia não figura, e essa parece ser a situação geral. O Fibral vai trabalhar no sentido de fazer ver aos europeus que vale a pena abrir um item específico para a filosofia em seus institutos latino-americanistas, que a produção filosófica autoral latino- americana existe, embora oculta por mecanismos institucionais e políticos (como explicado no “Diário de um filósofo no Brasil”, cuja segunda edição aparecerá antes do natal). A biblioteca latino- americana do Instituto Ibero-americano é uma das principais de Europa, realmente extraordinária, com todos os clássicos e contemporâneos disponíveis; é perfeitamente possível realizar pesquisa na área de pensamento latino-americano, utilizando esta biblioteca na qual passamos várias horas pesquisando. Apesar de eu ter permanecido o tempo todo em Berlim, foi feito um contato importante com a Universidade de Munique a través de um dos convidados ao almoço da embaixada.


As pessoas declaram que “gostam de viajar”. Eu penso que elas simplesmente não sabem o que estão dizendo. Não posso acreditar que alguém “goste” de enfrentar multidões de viajantes, aglomerações infindáveis, filas quilometrais, checks-in de hora e meia, recuperação de bagagens de 40 minutos, vôos cancelados sem aviso prévio, conexões apertadas e no susto, demoras incríveis, riscos de doenças por aglomerações e maus tratamentos nas aduanas e alfândegas (os holandeses quase não me deixam ir para a Alemanha no belíssimo aeroporto de Schiphol). Quando as pessoas dizem que “gostam de viajar” devem querer referir-se a estada de destino, que, em meu caso, foi extraordinária; mas os deslocamentos são simplesmente miseráveis, tanto de ida quanto de volta. Eu já estive 4 vezes na Europa e estou muito interessado em contatos internacionais, mas não sei se vou querer enfrentar novamente este via crucis. Vamos utilizar intensivamente os atuais meios eletrônicos disponíveis para evitar ao máximo deslocamentos traumáticos.


Escrevam se quiserem mais esclarecimentos ou informações. Abraços a todos, Julio Cabrera.

__________________________________________________________________________ Agenda de apresentação de trabalhos de pesquisa - 2012:

- Dia 25 de maio de 2012. Benjamim Lima. "Diálogos diabólicos". 
Local: Sala do Mestrado da Filosofia - UnB.
Horário: 20h

- Dia 22 de junho de 2012. Fabiano Lana. " A subordinação das razões ao desejo - uma análise e  um modelo para as discussões políticas"
Local: Sala do Mestrado da Filosofia - UnB.
Horário: 20h

Fabiano Lana é mestre em filosofia pela UnB e membro permanente do grupo Fibral. Autor do livro "Riobaldo agarra sua morte" (Anablume, 2010), onde reuniu vários trabalhos da sua autoria que elaborou durante seu curso de graduação.

Resumo da palestra (feita pelo autor):
Neste ensaio, procuro mostrar o que há para além e aquém de qualquer disputa envolvendo argumentos e tentativas de convencimento, sobretudo dentro das questões políticas.  O que está em jogo quando eleitores que defendem candidatos opostos tentam convencer um outro de suas posições? A resposta básica é que nesse tipo de discussão, as armas da razão se subordinam às pré-concepções do mundo, posicionamentos anteriores, histórias de vida, contingências, convicções e, sobretudo, desejos e personalidades das pessoas envolvidas. 


- Dia 31 de agosto de 2012. Marcus Valerio XR. "Hipergamia, Feminismo e Civilização".
Local: Sala do Mestrado da Filosofia - UnB.
Horário: 20h



- Dia 26 de outubro de 2012. Larissa Segura, Jorge Alam Pereira e Léo Pimentel. "Fenomenologia do brasileiro - um diálogo entre Flusser e Prado".
Local: Sala do Mestrado da Filosofia - UnB.
Horário: 20h

- Dia 16 de novembro de 2012. Rafael Alves e Julio Cabrera. "A História da Filosofia que não conhecemos — Uma visão panorâmica da Filosofia em América Latina, clássica e contemporânea".
Local: Sala do Mestrado da Filosofia - UnB.
Horário: 20h

- Dia 30 de novembro de 2012. Roberto Sobral. "Por que escrever filosofia? — A filosofia como escrita de cartas".
Local: Sala do Mestrado da Filosofia - UnB.
Horário: 20h




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